Manchas, fique de olho!

Em um país de clima tropical, como o Brasil, as pessoas se expõem ao sol com maior freqüência e, em conseqüência disso, tornam-se mais susceptíveis a discromias em geral. Discromia é o termo utilizado para qualquer anomalia ou alteração na pigmentação da pele. É dividida em hipocromia (menos pigmentação em contraste com a cor natural da pele) e hipercromia (mais pigmentação ou pigmentação distinta).

O sol é sem dúvida o maior vilão quando se trata de hipercromia. Por mais que se saiba que o filtro solar é indispensável, seja na praia ou na cidade, pouca gente tem o cuidado de passar o produto várias vezes ao dia, como recomendam os médicos dermatologistas. Resultado: no final do verão, a pele que foi exposta ao sol sem proteção está marcada e cheia de manchas.

As discromias são causadas, de modo geral, pela alteração na produção, na transferência ou na perda de melanina da pele. A melanina é uma proteína responsável pela cor da pele, dos olhos e dos pelos. A célula responsável pela produção da melanina são os melanócitos. Existem dois tipos de melanina:

- Eumelanina: tem predominância da cor acastanhada ou preta.

- Feomelanina: tem cor avermelhada ou amarelada.

As células que produzem a melanina, além de dar pigmento à pele, também são responsáveis por sua proteção contra os raios ultravioletas.

Segundo a dermatologista Flávia Addor, as manchas na pele podem ter origens variadas, por causa do aumento da melanina ou de vasos sanguíneos, por isso, é importante realizar a avaliação dermatológica para distinguir a natureza de uma lesão.

- Nevos melanocíticos: São conhecidos popularmente como sinais, pintas ou verrugas, dependendo do seu tipo. Podem estar presentes desde o nascimento ou surgirem com o passar dos anos. Nevos pigmentados que estão aumentando de tamanho, mudando de cor, sangrando, ferindo, coçando ou inflamando podem estar em processo de malignização e devem ser avaliados por um médico dermatologista.



- Melasma ou cloasma: É muito comum nas mulheres, pois está relacionado à presença do hormônio estrogênio e é desencadeado pela radiação solar. Como o estrogênio tem um papel importante, essas manchas são mais comuns durante a gestação, com o uso de anticoncepcionais e com a realização de tratamentos hormonais. Elas são acastanhadas, descritas como “asa de borboleta” e predominam nos malares, ou mesmo na fronte e no buço.

- Melanose solar: Típica em pessoas claras. Está presente nas mãos, na face e no colo, áreas expostas ao sol diariamente. A melanose solar, indevidamente chamada de mancha senil, está relacionada à pele clara e não necessariamente se relaciona ao envelhecimento, podendo ocorrer em pessoas com menos de 40 anos, mas que ficam muito expostas ao sol. Neste caso, existe proliferação de melanócitos como resposta ao dano solar.

- Efélides: Conhecidas como sardas, aparecem por causa do aumento no tamanho dos melanócitos. De caráter hereditário, principalmente em pessoas de pele clara e cabelos ruivos, as sardas se localizam em áreas expostas ao sol. Costumam ser arredondadas e de coloração marrom ou acastanhada.




- Fitofotomelanose: Mancha de manisfestação alérgica causada pelo suco de algumas frutas, como limão e laranja, e pela posterior exposição solar. São manchas escuras cujo desaparecimento ocorre de forma espontânea e gradativa.








- Queratose actínica: É uma lesão causada pela exposição contínua ao sol e atinge pessoas de pele clara e idade avançada. São lesões pré-malignas que podem eventualmente evoluir para câncer de pele. Elas podem ser avermelhadas, descamativas, de cor escura, elevadas, rugosas, com regiões ásperas, endurecidas. Aparecem na face, no couro cabeludo (em pessoas calvas), nos braços e nas mãos. Quando há transformação em câncer, podem ficar mais elevadas, vermelhas em sua base e apresentar sangramento.

A dermatologista Denise Steiner explica que o efeito acumulativo do sol é a maior causa das manchas. A exposição prolongada e sem proteção faz que haja aumento dos melanócitos e da melanina da pele.

Por ser mais exposto ao sol e ás agressões diárias que outras partes do corpo, o rosto fica mais sensível e está sujeito ao aparecimento de sinais e manchas que podem evoluir para doenças. Infelizmente, problemas como o câncer podem desenvolver-se em qualquer parte do corpo, mas em nenhuma outra área ele é tão visível e causa mais transtornos do que na face.

O tratamento das discromias nem sempre é fácil, e só deve ser feito com orientação médica, uma vez que as manchas podem estar associadas a outras patologias.

O uso constante de filtro solar é um recurso recomendado para a prevenção de manchas.” O protetor é tão importante quanto o próprio clareador utilizado no tratamento. Ele deve proteger contra a UVA. Seu uso deve ser contínuo, mesmo após a melhora da lesão, e deve ser associado à atitude de evitar o sol”, finaliza a doutora Flávia.

Kátia Neves
Revista Cosmetics & Toiletries Mai/Jun 2010

Comentários

  1. Nossa Genaine ficou 10 este seu blog , muito bem explicativo e esclarecedor.


    Parabéns


    Roberto

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